Patrimônio Material – Goiás

Foto: Igreja Matriz por David Mendoza

Entre as primeiras ações do Iphan em Goiás está o tombamento da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Pirenópolis, em 1941.

As cidades históricas de Goiás reportam de um lado, o legado dos bandeirantes do século XVIII, e de outro, o conjunto arquitetônico de Goiânia, planejada pelos urbanistas Attílio Corrêa Lima e Armando de Godoy para ser a capital do Estado. As primeiras edificações datam de 1940 e 1950, e estão no núcleo pioneiro de Campinas – antigo município e atual bairro de Goiânia – e dentre elas se destacam o Cine Teatro Goiânia e a Torre do Relógio da Av. Goiás, de 1942, inspirados no estilo art déco.

Das cinco cidades históricas (conjuntos urbanos tombados) do Estado – Corumbá de Goiás, Goiânia, Goiás, Pilar de Goiás e Pirenópolis -, todas se originaram dos arraiais criados durante a exploração de jazidas de ouro, exceto Goiânia, que foi planejada e construída. O ouro explorado em Goiás era de aluvião, ou seja, era garimpado às margens dos rios, gerando um povoamento instável e sem planejamento.

Goiânia foi planejada e construída para ser a capital de Goiás, por iniciativa do político goiano Pedro Ludovico Teixeira, em consonância com a Marcha para o Oeste – estratégia desenvolvida no final dos anos 1930, pelo governo de Getúlio Vargas, para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste. Inaugurada em 1935, Goiânia foi oficializada capital em 1937, embora sua colonização de origem europeia tenha origem em 1735, com as primeiras propostas de mudança da capital da Capitania de Goiás.

Uma das cidades mais antigas do Estado, Pilar de Goiás surgiu na região habitada pelos índios Curuxá (ou Kirixá) e Canoeiro, e os escravos fugidos que, a partir de 1736, criaram o Quilombo de Papuã nessa localidade. Quando o bandeirante João de Godoy Pinto Silveira, capturou esses quilombolas, eles já tinham descoberto e garimpado grande quantidade de ouro, que ofereceram em troca da liberdade. Pilar produziu, em 10 anos, o equivalente a todo o ouro que toda a Província de Goiás produziu em um século. Em meados do século XVIII, o arraial crescia e prosperava, enquanto as minas das outras cidades goianas se esgotavam. Ao longo do século XIX as minas se exauriram, o comercio decaiu e a cidade ficou isolada, o que contribuiu para a preservação do seu conjunto arquitetônico.

Corumbá de Goiás – O centro histórico da cidade surgiu em 1731, como polo de mineração. Os habitantes, paulistas e portugueses vindos com as bandeiras, buscavam pedras preciosas e ouro. Com a inauguração da capela de Nossa Senhora da Penha de França, em 1734, a povoação tornou-se o centro de toda a região do rio Corumbá. O território é um dos mais ricos em hidrografia do Estado, e resistiu à decadência da mineração, assumindo a função de entreposto comercial por sua localização estratégica nas rotas Goiás-Paracatu, em Minas Gerais, e Goiás-Bahia.  Entre os monumentos tombados estão o sobrado da Prefeitura Municipal, a Igreja Nossa Senhora da Penha de França,  o Cine-Teatro Esmeralda, além das praças da Matriz, Antônio Félix Curado, e Waldemar Gomes Teles.

Pirenópolis – Casarões, ruas e igrejas de arquitetura colonial compõem o conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Pirenópolis. A cidade reúne um dos mais ricos acervos patrimoniais do Brasil Central e se manteve como testemunho vivo dos primeiros tempos da ocupação do território goiano.  Uma das festas mais populares do Estado – a Festa do Divino de Pirenópolis – é conhecida internacionalmente. Em 1750, ainda no século XVIII, a estrutura básica da cidade já estava consolidada, incluindo a construção de cinco igrejas que, com exceção da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, marcavam os extremos do perímetro urbano. Embora a cidade tenha se expandido ainda no século XIX, o traçado urbano e as características arquitetônicas do centro histórico se mantiveram praticamente intacto até os dias atuais.

 

Texto retirado integralmente do site do Iphan com exceção da imagem.

Fonte:http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/580

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